sexta-feira, 8 de outubro de 2010



 As Colunas Estratigráficas e os Princípios Fundamentais da Estratigrafia

   A estratigrafia é o ramo da geologia que estuda a estratificação das rochas. Um geólogo especializado nesta área designa-se por estratígrafo. É o profissional indicado para, após o estudo no terreno, passar os conhecimentos adquiridos para o papel. Pode, então, representar uma coluna estratigráfica que consiste numa representação esquemática vertical do conteúdo litológico de determinado local. A representação poderá ser apenas da sucessão de estratos, com os mais antigos no fundo e os mais recente no topo no caso do terreno em estudo ser regular, aplicando-se assim o princípio da sobreposição, como poderá apresentar outro tipo de informação como a existência de outros tipos de rochas, diversas deformações como falhas e dobras, etc., caso o terreno apresente estas particularidades. No caso de existirem estas ou outras irregularidades, o princípio da sobreposição nem sempre é válido pois pode existir, por exemplo, um filão camada entre dois estratos e este é mais recente que qualquer um desses estratos. Nesta situação, é válido o princípio da intersecção que define que qualquer rocha que intersecte outra é sempre mais recente que a rocha intersectada. Dependendo da situação, pode-se também enunciar o princípio da inclusão que define que fragmentos de uma rocha incluídos noutra são mais antigos que a rocha que os contém. 

  Em todo o caso, esta representação tem um carácter universal pois qualquer estratígrafo saberá interpretar uma coluna desenhada por outro geólogo e, a partir dela, compreender a geologia do local em estudo.

   As rochas sedimentares são as rochas resultantes da acção de agentes como a água e o vento que transportam os sedimentos, os depositam em determinado local e sofrem posteriormente o processo de diagénese. Sobre o processo de deposição, pode-se enunciar o princípio da horizontalidade que refere que os sedimentos são sempre depositados em camadas horizontais. No caso de haver alteração desta horizontalidade, a mesma acontece posteriormente. É comum os estratos conterem fósseis de diversas espécies o que ajuda na datação das rochas pois, segundo o princípio da identidade paleontológica, estratos com o mesmo conteúdo fossilífero têm a mesma idade. Os fósseis estratigráficos são caracterizados por:

- Rápida evolução, ou seja, curta longevidade;
- Vasta repartição geográfica;
- Ocorrência frequente;
- Identificação simples.

   Para a representação litológica na coluna estratigráfica, os sedimentos do mesmo tipo são agrupados e definem assim uma camada. Uma camada, sendo definida por limites superior e inferior, permitiu a definição do princípio da continuidade lateral, princípio este que nos indica que todos os pontos dessa camada têm a mesma idade. Concluído o estudo litológico, a sucessão das várias camadas vai, então, ser representada para dar origem à coluna estratigráfica. Nesta fase, não só é importante o conhecimento das rochas em si, mas também o modo como se ligam entre elas. Definem-se, então, todos os acontecimentos geológicos presentes no local, como as falhas, dobras, diques, etc.

   A coluna estratigráfica poderá apresentar outro tipo de informação importante como a espessura das camadas, a composição percentual de cada uma delas, a cor, o conteúdo fossilífero, entre outros. Quer a litologia, quer o conteúdo fossilífero presentes na coluna são representados por símbolos próprios chamados de tramas geológicas. A coluna deverá sempre vir acompanhada da respectiva legenda, quer da litologia, quer dos fósseis.


Fig.1: coluna estratigráfica e respectivas tramas geológicas

Referências:






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